Um serial killer fardado matou, entre 2010 e 2011, quatro homossexuais e uma prostituta na região de Patos, no Sertão. O assassino em série é o cabo da Polícia Militar José Jordânio Nunes Lima, 42 anos. Ele foi capturado ontem por policiais mobilizados na Operação Carcará, nome que faz alusão aos hábitos de caça de um predador.
José Jordânio: serial killer fardado
O delegado de homicídios da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil, Hugo Lucena Pereira, informou que as investigações – iniciadas em outubro do ano passado – revelaram dados impressionantes:
O PM matava em intervalos variados, mas sempre com um mesmo modus operandi e na mesma área: o Campo da Buraqueira, área de prostituição da cidade, tendo como alvo travestis, gays e prostitutas.
Suas vítimas foram Deleon Silva Cirilo (morto em agosto de 2010), Sivanildo de Morais Araújo (outubro de 2010), Maria do Carmo Sousa dos Santos (julho de 2011), José de Arimatéia da Silva (outubro de 2011) e José Adailson Marques da Nóbrega (dezembro de 2011).
A escalada de crimes do PM começou a declinar a partir de uma tentativa de assassinato mal sucedida. A vítima, um homossexual cuja identidade é mantida em sigilo, direcionou as investigações da polícia.
“Esse sobrevivente fez o reconhecimento de um dos possíveis suspeitos, dando cem por cento de certeza que seria o PM o matador dos homossexuais aqui em Patos”, disse o delegado.
“Nós, então, analisamos o modo de agir e outras provas que serão trazidas aos autos, verificamos que de fato todos os atentados que ocorreram nos últimos tempos seriam atribuíveis a uma única pessoa, que no caso é o senhor José Jorlânio Nunes de Lima”, acrescentou.
Além das revelações feitas pela vítima sobrevivente, o delegado fez um levantamento junto aos travestis buscando identificar possíveis frequentadores da região do Campo da Buraqueira.
Todos os relatos indicavam para o policial militar.
“A forma de execução sempre é a mesma, com os tiros sempre na cabeça e pelas costas”, afirmou o delegado.
Chamado para depoimento, o PM reservou-se ao silêncio. O que não evitou a expedição de mandado de prisão temporária de 30 dias para evitar que novas mortes fossem realizadas na cidade enquanto as investigações prosseguiam.
Também foi expedido mandado de busca e apreensão na casa do militar, onde policiais encontraram dvd’s e cartazes eróticos, além de munição e carregador.
A prisão do policial foi feita em São Bento, sob o comando do coronel Almeida Rosas. Em seguida ele foi conduzido a Delegacia de Polícia Civil, em Patos.
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