Gestores oferecem salário, transporte, moradia, alimentação e jornada reduzida, e não acham profissionais
Cidades | Em 14/07/13 às 08h03, atualizado em 14/07/13 às 08h30 | Por Aline Guedes, Jornal Correio da Paraíba
Alguns dos 107 municípios da Paraíba considerados prioritários no programa Mais Médicos, lançado semana passada pelo Governo Federal, oferecem pacotes de trabalho tentadores, mas não o bastante para atrair o número necessário de profissionais.
A Prefeitura de Piancó, por exemplo, oferece R$ 12,5 mil, além de um pacote “tudo pago”: o médico que quiser trabalhar na cidade, terá alimentação, moradia e transporte por conta da Prefeitura.
Se já não bastasse, os médicos de Piancó só trabalham quatro dias por semana, prática recorrente também na maioria das cidades do interior. Mesmo assim, o município ainda tem um déficit de seis profissionais. Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM), outras cidades pagam ainda mais, como Nova Olinda (R$ 15 mil). É tentando suprir essa carência de profissionais na atenção básica que, em setembro, médicos estrangeiros devem começar a desembarcar na Paraíba. Se a expectativa do Governo Federal não se concretizar, a tendência é que esse déficit aumente ainda mais, pois o Ministério da Saúde promete mais 886 vagas para médicos no Estado, com a criação de 268 unidades de saúde.
Déficit também afeta a Capital
Na lista dos 107 municípios da Paraíba com carência de médicos, não constam apenas cidades distantes do interior. João Pessoa também foi considerada como uma das cidades que sofre com déficit de médicos. Assim como ela, outras 200 capitais ou regiões metropolitanas foram listadas pelo MS.
De acordo com o secretário de Saúde de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio, a Capital precisa de 20 médicos para a atenção básica. “Pela primeira vez, essa semana conseguimos novas contratações e fechamos nos 180 profissionais, deixando um para cada equipe de USF. Historicamente, sempre faltavam 10 ou 15. Mas, ainda precisamos de mais 20, porque temos ausência de médicos em algumas dessas unidades ocasionadas por afastamentos legais, férias e licença saúde”, explicou.
O secretário confirmou que o município vai se inscrever no programa e afirma que se existir disponibilidade, contratará mais do que os 20. “Se tiver 40, eu contrato. Porque se eu demitir um médico hoje, não tenho quem colocar no lugar”, disse. Segundo o gestor, as áreas com maior déficit de médicos são as periferias. “O problema não é a condição de trabalho, mas que realmente faltam médicos na Paraíba. No Estado, a maior concentração de profissionais é em João Pessoa. Na Capital, a centralização é na Epitácio Pessoa, na praia e no Centro da cidade”.
A Paraíba tem 1,17 médico por habitante, média abaixo da nacional, que é de 1,83 médico por habitante. Em 700 municípios não há um médico residindo no município.
Leia a matéria completa na edição deste domingo (14) do jornal Correio da Paraíba.
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