Uma tonelada e meia de feijão está apodrecendo em um depósito improvisado da cidade de Igaracy. O alimento foi armazenado pela Prefeitura há mais de um ano. Os grãos seriam para amenizar as privações das famílias pobres na estiagem de 2010, mas hoje alimentam insetos e micróbios. A denúncia é da vereadora Fabrícia Lopes e do ex-vereador Edílson Lacerda, que descobriram e fotografaram o absurdo.
O feijão é parte da carga alimentícia destinada a Igaracy pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em maio de 2010 para amenizar os efeitos da estiagem, mas não foi distribuído com a população, conforme Edílson e Fabrícia, que cobram do Ministério Público da comarca de Piancó uma providência urgente para apurar o caso e punir os responsáveis pelo crime.
Segundo o ex-vereador, o ano passado, em função da estiagem, foi um tempo difícil para muitas famílias rurais e urbanas de Igaracy, e, enquanto o povo passava fome, o feijão apodrecia em um depósito. “Existem aí dois crimes: primeiro, o fato do feijão não ter sido destinado à população pobre e, depois, vem a questão do dinheiro público, que está indo para o lixo”, lamentou Edílson Lacerda.
O ex-vereador não acredita na versão da Prefeitura de que o alimento já chegou a Igaracy estragado. “Se o feijão tivesse chegado podre, eles não teriam recebido ou teriam recebido e devolvido imediatamente”, enfatizou, ao comentar que Igaracy vive hoje um caos administrativo: a população não tem assistência médica adequada, bebe água misturada a esgotos, vive em ruas esburacadas e nada funciona corretamente no município.
Conforme ele, a maior parte dos vereadores está omissa porque tem empregos ou benesses na Prefeitura de Igaracy e, em função disso, defende apenas os interesses do prefeito, esquecendo o povo.
Folha do Vale
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