Professores estaduais voltam ao trabalho hoje

Com 32 dias de greve, uma ação judicial frustrando a paralisação e sem a resolução do impasse, os professores da rede estadual de ensino retornam hoje às atividades. A decisão foi tomada ontem, em assembleia geral da categoria, que decidiu suspender o movimento grevista. Os docentes estaduais esclareceram que voltam ao trabalho após pressão da Justiça, mas garantem que não chegaram a um acordo com o governo da Paraíba. O retorno imediato de hoje, no entanto, só deverá ser normalizado a partir da próxima segunda-feira. A reposição das aulas perdidas ainda será discutida com a Secretaria de Educação do Estado.

A categoria têm desde ontem duas ações em curso contra o governo: uma antecipação de tutela para garantir judicialmente o direito de reembolso da quantia retirada dos contracheques do mês de abril e um agravo de instrumento da decisão do desembargador Romero Marcelo da Fonseca Oliveira. Os professores querem o direito do pagamento do piso salarial da categoria e vão exigir na Justiça que o governo tenha um prazo para regularizar o pagamento do piso, na ótica da categoria.

Os professores classificaram como positivo o movimento grevista, mas disseram estar frustrado com o impasse com o governo estadual. "Mostramos para o governo e para a sociedade a força do nosso movimento. Durante todos esses dias tentamos por diversas formas dialogar com o governo, mas não tivemos êxito. Vamos ver o que será agora", afirmou Antônio Arruda, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep-PB). Os professores garantiram, no entanto, que o movimento poderá retornar a qualquer momento, dependendo do avanço nas negociações com o governo.

O pagamento do piso salarial é a principal desavença entre professores e governo. Enquanto os profissionais da educação garantem que há uma manobra dos governo para que o somatório do salário-base com as gratificações seja superior ao piso, o governo garante que o pagamento dos salários na Paraíba ultrapassam em cerca de 30% o valor total do piso nacional. Em virtude disso, o Sintep-PB também entrará na Justiça para garantir esse direito. "Vamos entrar com uma ação para que o governo seja obrigado a nos pagar o valor exato e acabar com essa maquiagem de que nos paga o piso", afirmou Antônio Arruda. A Secretaria de Educação do Estado disse que só voltaria às negociações de salários.

Db