Banner Samu-JP
João Pessoa, 15 de outubro de 2011, 23h29: o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - 192 (Samu) recebe uma ligação informando que uma mulher precisava de socorro, pois tinha sofrido um acidente.
No mesmo dia e horário, o Samu recebe outra ligação, também de uma mulher vítima de acidente. Pela descrição, o caso era grave e a vítima necessitava de atendimento urgente.
Feita a triagem, a ambulância disponível foi socorrer a vítima número dois, cujo caso sugeria maior gravidade.
Ao chegar no endereço indicado, os socorristas lamentaram: era apenas mais um trote sofrido pelo Samu.
A mulher que pediu socorro primeiro acabou sendo levada ao hospital em transporte inadequado, sem ter recebido os primeiros socorros, o que poderia acarretar sequelas.
O episódio narrado acima, infelizmente, não é um caso isolado. Das cerca de 800 chamados registrados pela central de atendimento do Samu diariamente, uma média de 40% são identificados como trotes. Uma "brincadeira" que pode custar a vida de alguém que realmente precisa de socorro.
São apenas 13 unidades de suporte básico e avançado para atender a toda grande João Pessoa, que tem população estimada em 1,2 milhão de habitantes.
Para cada trote, dezenas de pessoas que realmente precisam de socorro, ficam com atendimento adequado.
Na hora do recreio - Um levantamento feito pelo órgão constatou que os pedidos falsos de socorro ocorrem, em sua grande maioria, das unidades escolares e no período do intervalo das aulas, inclusive à noite.
"São alunos, de escolas públicas e privadas, que usam o celular para efetuar as chamadas, simulando situações de acidentes", informou comentou o Joalison Cavalcante, assessor de comunicação da unidade do Samu em João Pessoa.
Para coibir a incidência dos casos nas unidades escolares, profissionais do órgão realizaram palestras e distribuiram material educativo. Uma parceria com alunas do curso de Relações Públicas resultou na confecção de material para conscientizar a população sobre a importância do serviço e o perigo dos trotes.
Um vídeo institucional foi produzido e será veiculado na imprensa ilustrando o problema causado por um trote e a consequência gerada por uma ligação clandestina: a morte de um paciente.
Identificador de chamadas - Outra medida adotada pelo Samu para evitar os trotes foi aquisição de aparelhos capazes de identificar o número que originou a chamada e colocá-lo em um banco de dados, que serão listados como ‘números vermelhos’.
Um número considerado 'verrmelho' será aquele que já passou trote para o Samu. E se esse mesmo número originar outra chamada e, desta vez, for realmente um pedido de socorro correrá o risco de ter o atendimento preterido.
Rastreamento - A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) disponibilizou um link, onde o Técnico Auxiliar de Regulação Médica ( TARM) poderá rastrear o local exato de onde está sendo originada a ligação feita ao Samu e, assim, acionar a Polícia Civil.
Entretanto, esse reastreamento só é possível para os telefones públicos, conhecidos como “orelhões”.
Penalidade - No caso do Samu, o trote configura contravenção com pena de detenção prevista no artigo 256 do Código Penal: reclusão de um a cinco anos e multa.
Neste caso, a Polícia Civil pode ser acionada e enquadrar o autor do trote no artigo 256 do Código Penal, que prevê pena de reclusão de um a dois anos e pagamento de multa.
Veja vídeo institucional produzido pelo Samu-JP:
Nenhum comentário:
Postar um comentário