Denúncia de aliciamento e tentativa de cooptação de eleitores em Itaporanga

Com pretexto de realizar pesquisa de intenção de voto, pessoas a serviço de candidatura estão indo à casa do cidadão na tentativa de corrompê-lo

Por Redação da Folha – Uma velha e criminosa prática volta a macular a campanha pela Prefeitura de Itaporanga, comprometendo o equilíbrio do pleito e favorecendo o candidato com mais dinheiro e menos escrúpulo.

Sob o pretexto de uma pesquisa eleitoral, grupos de pessoas a serviço de determinada candidatura estão indo à casa do cidadão na tentativa de corrompê-lo. Por trás do que parece ser uma enquete ingênua esconde a intenção de descobrir em quem o eleitor vota ou se está indeciso e tentar captar ilicitamente o seu voto.

Várias pessoas procuraram a redação da Folha (www.folhadovali.com.br) e denunciaram que foram visitadas por esses grupos. “Eles perguntam em quem a gente vota pra prefetio, e se o candidato não for o deles ou a gente dizer que está indeciso, eles perguntam do que a gente está precisando, e a gente precisa de tudo, né meu filho”?, comentou uma senhora local.

Quando o eleitor cede ao aliciamento, tem o pedido anotado e, depois, outro grupo aparece com o resultado do negócio: geralmente é material de construção, pagamento de conta d’água, luz e farmácia; exames médicos; um remédio; um emprego ilegal e às escondidas; ou uma gratificação financeira qualquer. Isso com relação às pessoas mais pobres, porque, no caso da elite ou dos menos pobres, a compra do voto se dá por outros meios, por outras formas de acerto que pareçam menos imorais.

Essas visitas eleitoreiras são geralmente feitas durante o dia, sem qualquer preocupação. É a certeza da impunidade. Quem compra o voto fica calado e quem vende também, mas esse negócio pode trazer dor de cabeça para muita gente nos próximos dias: é que um jovem filmou às escondidas com um aparelho celular uma dessas visitas e está determinado a denunciar o caso.

Qualquer cidadão que se sentir aliciado por esses grupos partidários pode acionar uma viatura da Polícia Militar para o procedimento do flagrante ou fazer uma denúncia na delegacia, porque se trata de um crime eleitoral que pode dar cadeia para quem o praticou e cassação do registro do candidato beneficiado.