Toda a documentação e material de informática apreendidos serão examinados e periciados, podendo resultar na identificação de outras pessoas que tenham participado das fraudes
A Polícia Federal na Paraíba desencadeou, na manhã desta sexta-feira (21), a “Operação Vivenda”. O objetivo era desarticular um esquema de troca de votos pela promessa de doação de casas populares. Segundo a PF, o esquema seria liderado pelo candidato a vereador de João Pessoa, Ironaldo Leal (PP).O candidato é presidente licenciado de uma cooperativa denominada de Coopercasa.
O filho do candidato, Túlio Leal, presidente em exercício da Cooperativa, também foi detido pela PF para prestar esclarecimentos. Túlio foi preso na sede da Coopercasa, localizada no segundo andar do edifício das Nações Unidas, na avenida Visconde de Pelotas (centro de João Pessoa), onde a a PF realizou um dos mandados de busca e apreensão.
O esquema, de acordo com as informações da PF, funcionava a partir da promessa de recebimento de casas. Os eleitores eram cadastrados na Cooperativa, onde informavam seus dados pessoais, inclusive, número de título e seção eleitoral em que votava. "Durante as investigações, ficou demonstrada a montagem de uma estrutura criminosa para oferecimento de casas em troca de votos", sustenta a PF, em nota distribuída à imprensa.
Os eleitores, apurou a Polícia Federal, ficavam cientes que o recebimento da moradia estava condicionado ao voto no presidente licenciado da Cooperativa, que concorre à uma vaga na Câmara de João Pessoa. As fichas supostamente possibilitariam a identificação, inclusive, da seção eleitoral em que seriam apurados os votos.
A Polícia Federal já está com documentação que comprovaria a fraude, "estando demonstrado, antes mesmo do início do cumprimento dos mandados, que aproximadamente seis mil pessoas na capital da Paraíba estavam cadastradas esperando suas casas em troca de seus votos".
Foram cumpridos quatro mandados expedidos pelo juiz da 76ª Zona Eleitoral de João Pessoa, Eduardo José de Carvalho Soares - sendo dois de prisão preventiva e dois de busca e apreensão. Toda a documentação e material de informática apreendidos serão examinados e periciados, podendo resultar na identificação de outras pessoas que tenham participado das fraudes.
O secretário da Cooperativa, que se identificou como Michael Leal, filho também do candidato a vereador, disse que toda documentação está legal, que a cooperativa atua desde de 2004 e que as denúncias são infundadas. "São denúncias de poderosos que não querem o bem das pessoas humildes", queixou-se Micael.
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