Por Isaías Teixeira/Folha do Vale
De acordo com novos números do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em junho deste ano, o Vale possui 31,1% de sua população, com 15 ou mais anos de idade, analfabeta. São 35,5 mil pessoas na região que não sabem ler nem escrever, conforme apurou a Folha (www.folhadovali.com.br).
O índice médio de analfabestimo regional está acima da taxa do estado, que é de 21,9%, a terceira pior do Brasil, e torna-se ainda mais preocupante quando comparado ao indicativo nacional, 9,6%.
O analfabetismo regional apresenta uma tendência de crescimento diretamente proporcional à idade do indivíduo. Ou seja, os grupos mais velhos possuem sempre maiores taxas de analfabetos.
A taxa de analfabetismo é menor nos grupos de indivíduos de 15 a 19 anos (6,2%), 20 a 29 anos (13,1%) e 30 a 39 anos (28,09%). O índice aumenta consideravelmente entre as pessoas de 40 a 49 anos, que têm taxa de 38,7%, e chega a 48,8% na faixa etária de 50 a 59 anos.
No entanto, o maior índice de analfabetismo na região está concentrado entre os idosos. Das 19.231 pessoas com 60 anos ou mais de idade, 60,8 % não sabem ler nem escrever.
Os números por município
Entre os municípios, apenas Itaporanga, Pedra Branca, Piancó, Boa Ventura, Diamante, Emas e Santa Inês possuem taxa de analfabetismo inferior à média regional, mas ainda bem acima do índice estadual e nacional.
O menor índice de analfabetismo pertence a Itaporanga, mas a realidade no mais habitado e rico município regional ainda é alarmante: 22,8%, ou seja, 3.911 pessoas de sua população, com 15 anos ou mais de idade, são analfabetas. Apesar de ter a menor taxa de analfabetos do Vale, Itaporanga ainda supera, vergonhosamente, a do estado.
O maior índice de analfabetismo em Itaporanga também se concentra no grupo dos idosos. De 2.608 pessoas com 60 anos ou mais de idade, 52,4% são analfabetas.
Pedra Branca tem uma taxa de analfabetismo de 25,5%, e apresenta um quadro menos ruim se comparado a três dos quatro maiores municípios regionais. Deles, apenas Piancó, com 29,2%, tem taxa inferior à média regional. Conceição, com 32,07%, e Coremas, que tem 33,4% de sua população analfabeta, estão entre os piores índices do Vale.
Alguns dos maiores contingentes de pessoas que não sabem ler nem escrever estão em Ibiara (37,9%), Aguiar (37,6%), Santana de Mangueira (36,2%), Catingueira (35,7%) e Curral Velho (34,9%).
Vejam as taxas de analfabetismo nos demais municípios regionais: Boa Ventura (29,3%), Diamante (30,3%), Emas (30,4%), Igaracy (32,1%), Nova Olinda (31,7%), Olho D’água (33,5%), Santa Inês (32,1%), Santana dos Garrotes (35,1%), São José de Caiana (32,1%) e Serra Grande (30,8%). A Paraíba é o terceiro estado brasileiro com o maior índice de analfabetos (21,7%), mas no Vale esse índice é bem pior, o que é extremamente grave e mostra que programas de alfabetização de adultos, a exemplo do Brasil Alfabetizado, aplicados na região, não tem surtido o efeito desejado. Gráfico - quantitatismo de analfabetos por faixa etária - maior índice está entre os mais velhos.
Folha do Vale
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