Vamos refletir um pouco sobre como poderíamos nos desenvolver economicamente se ela – a política praticada na Paraíba – não existisse. Vejam a quantidade de obras, empresas e investimento resgistrados em Pernambuco durante quase duas décadas. Vejam o boom no turismo do Rio Grande do Norte em tempo semelhante.
E tudo porque, nestes casos, estes estados pensaram menos em política e mais em resultados.
Em Pernambuco, o governo do Estado vai pedir empréstimo, vejam só, para capacitar recursos humanos de sete municípios que vão se beneficiar diretamente com a instalação da Fiat. Lá, a política local não atrapalhou.
Vai gastar R$ 175 milhões em desapropriação de terrenos para assegurar os espaços exigidos pela montadora, que prevê 4,5 mil empregos diretos. Lá, ninguém chiou.
Aqui, vi políticos, formadores de opinião e jornalistas, inspirados por um espírito de paraibanidade, defender com unhas e dentes que o governo da Paraíba não poderia comemorar a instalação de uma fábrica em Pernambuco.
Em certa parte, com razão. Temos que torcer um dia para que a comemoração seja pela instalação de empresas em solo paraibano. E o governador Ricardo Coutinho deve expandir essa visão.
Mas o problema é como? Como fazer isso se aqui estes mesmos políticos, formadores de opinião e jornalistas batem forte em cima de operações como a da permuta de terrenos da Acadepol que resultará na construção de um shopping no bairro mais populoso de João Pessoa?
É muita hipocrisia pra uma Paraíba só. Cadê a paraibanidade neste caso?
A mesma turma que reclama que a Paraíba tivesse, assim como Pernambuco, investido milhões em desapropriação para dar – eu disse “dar”- terreno para Fiat, reclama porque o governo vai trocar – eu disse “trocar” – um terreno pra construção de um shopping, que vai gerar 2,5 mil empregos.
Na gestão passada, também se reclamou, em alguns casos erroneamente, dos empréstimos solicitados por Maranhão para outros investimentos.
Deixemos de hipocrisia. Ninguém quer ver a Paraíba crescer. Não no governo de fulano ou beltrano. Na Paraíba, cada qual torce apenas pelo crescimento do próprio projeto político.
É por isso que a Fiat, assediada por Eduardo Campos desde o primeiro governo, está em Pernambuco hoje. E não na Paraíba.
Luís Tôrres
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