Segundo a parlamentar mirim, a saúde pública de Igaracy está em completo abandono
Por Sousa Neto/Folha do Vale – Em contato com a redação da Folha (www.folhadovali.com.br) na tarde desta quinta-feira, 8, a vereadora de Igaracy, Fabrícia Lopes (PP - foto), pintou um quadro de descaso e horror na saúde pública municipal. “Para você ter uma ideia, hoje uma pessoa procurou os três postos do Programa Saúde da Família e não encontrou aparelho para medir sua pressão arterial”, denunciou. Mas essa não é única carência da saúde local: “aqui falta tudo: não tem médico, não tem remédio e falta até material para se fazer um curativo”.
Conforme a parlamentar mirim, para tomar um soro ou receber um curativo, os pacientes precisam se deslocar para a cidade vizinha, que é Aguiar. “Tem pessoas daqui que passaram a morar em outro município porque necessitam de curativos constantemente em função de tratamento pós-cirúrgico ou de feridas causadas por diabetes, e aqui não encontram assistência, por mais simples que seja”, enfatizou, ao informar que o único hospital da cidade encontra-se fechado.
No entanto, o que mais afeta a população, segundo ela, é a falta constante de médico e remédio no município. “Há semanas que não aparece um médico por aqui, e, quando tem, não passa mais do que um ou dois dias”, lamentou a vereadora, ao acrescentar que “a população está sofrendo muito, especialmente as famílias pobres, e é triste a gente notar que 25 anos atrás existia saúde em Igaracy, bem diferente de hoje”.
E uma das denúncias mais graves feitas pela vereadora Fabrícia é que, segundo ela, as pessoas acometidas por hanseníase, doença também conhecida como lepra, que é altamente contagiosa, estão sem assistência, o que contribuiu para o aumento do número de casos. A vereadora estima que pelo menos 50 pessoas locais, inclusive jovens, padeçam da enfermidade, que atinge nervos e pele do paciente, causando grandes danos à saúde. “Antes existia uma médica na cidade vizinha, Aguiar, onde as pessoas se tratavam, mas hoje os doentes estão sem nenhuma assistência, e isso é complicado porque é uma doença que vai passando de uma pessoa para outra através de um simples contato, principalmente entre os familiares”.
Para agravar ainda mais a situação, os agentes comunitários de saúde, conforme ainda Fabrícia Lopes, estão sem condições de exercer plenamente suas atividades em função da falta de equipamentos e transporte. “Nem o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) está funcionado corretamente: esta semana mesmo uma pessoa necessitou da ambulância e não conseguiu, e o problema é que tem que telefonar para Piancó, e nem sempre o funcionário que regula o serviço libera o carro, tudo é muito burocrático e difícil”, lamentou a vereadora, ao argumentar que “todo esse descaso ocorre por falta de vontade política e completa ausência de organização e planejamento”.
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