|
Se alguns nomes que estão por aí, na boca do povo, como cotados para assumirem cargos estaduais no Vale forem confirmados, a coisa não vai mudar; ao contrário, pode até ficar pior.
Os nomes especulados são supostas indicações dos prefeitos Djaci Brasileiro (PSDB), de Itaporanga; e de Flávia Galdino (PP), de Piancó. Mas esses candidatos a cargos precisam ser avaliados, diretamente, pelo governador eleito Ricardo Coutinho, mesmo tratando-se de terceiro escalão, caso contrário, o novo governo está seriamente ameaçado de começar muito mal.
Pode ficar pior II
O Vale, que não elegeu nenhum deputado próprio para a Assembleia, se não tiver um nome da região no primeiro escalão do governo estadual pode não alcançar o que almeja do novo governo.
A região há muito tempo não tem um secretário no governo estadual e quando teve, no caso de José Silvino, foi o período que conquistou suas maiores e mais importantes obras e projetos.
A Câmara e a praga do bicudo
Revoltado com a retirada de pauta das contas de 2007 do ex-prefeito de Itaporanga, Antônio Porcino (PMDB), o vereador José Queiroz, ex-presidente do legislativo, subiu à tribuna da Câmara Municipal na sessão ordinária da noite desse sábado, 27, e botou todo mundo no mesmo balaio, ou melhor, no mesmo circo: chamou o público presente de palhaço e comparou os seus próprios colegas à praga do bicudo. E o legislativo viveu mais uma cena de desmoralização: nem as pessoas que estavam lá foram respeitadas. Diante disso, o conselho é que ninguém mais pise os pés na Câmara para não correr o risco de ser tratado, pejorativamente, como palhaço, embora poucos lá carreguem a dignidade do nobre profissional do riso. Na verdade, a Câmara tornou-se um motivo de piada, mas sem graça nenhuma. Eles têm motivos para rir e nós, povo, para chorar. Foram muitos escândalos este ano no picadeiro do legislativo.
As contas do ex-prefeito, reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Ministério Público, seriam votadas na sessão desse sábado, mas um vereador pediu para que a votação fosse adiada e o presidente da Câmara, Francisco Saulo, que é ligado a Porcino, decidiu retirar a matéria de pauta, o que revoltou Queiroz.
Dirigindo-se ao público presente à sessão, Queiroz gritou reiteradamente: “Vocês são palhaços porque elegeram esses palhaços que estão diante de vocês, e diante de vocês está a pior praga que já existiu em Itaporanga, que é a praga do bicudo”.
O vereador Herculano Pereira também lamentou a retirada de pauta da matéria. Segundo ele, foi uma manobra legislativa para salvar o ex-prefeito Porcino, “porque se as contas tivessem sido votadas hoje, elas teriam sido rejeitadas pela Câmara”.
Herculano argumenta que as irregularidades encontradas pelo Tribunal de Contas e pelo Ministério Público nas contas de 2007 de Porcino são muito graves e que, diante disso, a Câmara precisa ter uma postura ética e de moralidade para votar em favor da coisa pública e não em benefício individual.
A votação deverá entrar, novamente, em pauta na última sessão ordinária da Câmara, antes do recesso de final de ano, que ocorre a partir de 15 de dezembro.
Entre as irregularidades detectadas em 2007 estão despesas não comprovadas com o Fundef/Fundeb e gastos superior a 1,3 milhão de reais, também não comprovados, com uma OSCIP; aprovação de empresas fantasmas em tomada de preços e despesas com empresas fantasmas no valor de 626 mil reais; estoque insuficiente de merenda nas escolas da zona rural e transporte inadequado de estudantes; não recolhimento e apropriação indébita de contribuição previdenciária: valores que chegam a quase 800 mil reais.
Além da rejeição das contas de 2007, Porcino também foi condenado a devolver 1,5 milhão de reais aos cofres públicos.
Porcino governou Itaporanga de 2005 a 2008 e teve três de suas quatro prestações de contas reprovadas pelo TCE por diversas irregularidades. Apenas a do primeiro ano de sua gestão foi aprovada. Das três contas rejeitadas, a Câmara Municipal manteve a decisão do TCE na prestação contábil de 2006 e está para votar a de 2007. Quanto à prestação de 2008, ela ainda não chegou à Câmara.
A política mandando na polícia
Lamentável a tentativa da Prefeitura de Santa Inês de querer interferir, e interferir mesmo, no trabalho da Polícia Militar no município. No mês passado, entre o primeiro e o segundo turno da eleição, o prefeito não teria ficado satisfeito com a prisão, por porte ilegal de arma, de um correligionário seu.
Em função disso, o gestor perseguiu politicamente os policiais da cidade e pediu as chaves do prédio que a Prefeitura cede ao Destacamento local. Queria jogar a polícia no meio da rua, mas o comando da Companhia de Conceição não atendeu o prefeito porque “era período eleitoral e a polícia não poderia deixar de garantir a segurança da cidade’, conforme nos informou o tenente Flaviano.
A PM ficou com o prédio, mas a cidade ficou sem policiamento permanente durante vários dias deste mês porque nenhum policial militar queria trabalhar no município temendo perseguição política. “O problema é que os políticos querem determinar quem a polícia deve prender ou não prender, e nós não podemos nos submeter a essa humilhação”, comentou um policial que pediu para não ser identificado.
O baú do Planalto
Pelo menos duas quatro maiores televisões brasileiras trabalharam, explicitamente, para a candidata Dilma no primeiro e, principalmente, no segundo turno. E as razões das TVs terem se transformado em cabos eleitorais da candidata de Lula começam a aparecer.
Primeiro: no final do ano passado, a Caixa Econômica Federal, com o aval do governo, comprou 49% das ações de um banco falido: o banco Panamericano é de Sílvio Santos, dono do SBT e do Baú, e que agora teve que contrair um empréstimo de 2,5 bilhões de reais para cobrir o rombo de sua instituição financeira.
Um dos momentos de maior evidência do apoio do SBT à Dilma foi na cobertura do episódio em que o candidato José Serra foi atingido fisicamente por militantes petistas no centro do Rio de Janeiro. A reportagem da TV de Sílvio sobre o assunto foi tão parcial que virou peça da propaganda eleitoral de Dilma no dia seguinte.
Mas, além do SBT, a Record também se travestiu de lulista durante a campanha e, igualmente, tem suas razões para isso: toda cúpula da TV de Edir Macedo, incluindo aí o senador Marcelo Crivella, é aliada política de Lula e, além das benesses publicitárias do governo, ganhou, há poucos anos, do Ministério das Comunicações, a concessão da Record News, inaugurada, inclusive, com a presença do próprio presidente.
Para favorecer Dilma, a Record quase que ignorou os escândalos da Casa Civil e da quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas a Serra, mas, pelo outro lado, deu ênfase ao caso Paulo Preto, assessor de campanha do candidato do PSDB e a problemas de licitação de uma obra do governo paulista: questões muito menos graves que as protagonizadas pelo governo Lula.
E além dessa campanha subentendida e, em alguns casos, até explícita, em favor de Dilma, a maior parte das TVs também fizeram uma cobertura desigual dos candidatos: isso porque, depois de mostrar Dilma e Serra, elas também mostravam Lula em alguma inauguração pelo país afora, e sempre transformando ato oficial em palanque eleitoral para sua candidata.
A própria TV Bandeirantes, que vive a se gabar de sua imparcialidade, também pecou: um dos seus programas mais vistos, o CQC, mandava um repórter para confraternizar-se com Dilma e outro para ridicularizar ou diminuir Serra.
Todos sabem que a Globo não é nenhuma santa e sua história não é um exemplo de moralidade, mas dê a César, ou melhor, a Marinho o que é de Marinho, foi a emissora que fez a cobertura mais equilibrada da campanha. Embora todas tenham motivos para querer Dilma: nunca as grandes emissoras de televisão ganharam tanto dinheiro público como no governo Lula, que investiu pesado em propaganda: a administração direta, Correios, Petrobrás, Caixa, Banco do Brasil e outros órgãos oficiais gastaram e continuam gastando com força em publicidade.
Funcionário de parabéns
Nossos cumprimentos ao funcionário do Nordestão Supermercado e colaborador deste jornal, José Nunes Filho, pela disposição e carisma com que trata os clientes do supermercado, transportando a feira dos freguezes com agilidade e simpatia. Em nome dele, saudamos todos os funcionários do comércio de Itaporanga: gente humilde, mas muito trabalhadeira e que, com o seu suor, engrandece nossa economia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário